Como posso me conectar ou reconectar a espiritualidade? Não sinto mais os meus guias

O texto de hoje começa um pouco diferente, pois usarei uma conversa com um amigo pessoal como base. Esse amigo me relatou que estava triste, pois não sentia mais a energia dos seus guias e protetores, me perguntou também como poderia fazer para se conectar com os espíritos que o acompanham.

Na hora eu fiquei sem resposta. Na verdade, eu nunca tinha pensado sobre isso. Acredito que não tinha pensado, porque depois que entrei na espiritualidade, não tive a necessidade ou nenhum episódio que fizesse com que eu me afastar da religião.

Sendo que para ele não ficar sem uma resposta, eu falei de uma forma genérica o que ele poderia fazer para se “reconectar” aos seus guias. Foi tão simplório o que eu respondi, que senti a necessidade escrever sobre esse tema, para melhor responder a esse amigo e, talvez, a outros que estejam passando pelo mesmo momento.

O que vou escrever a seguir, eu fui intuído pelos que me assistem. Ou seja, não é a minha opinião, mas sim o que eu recebi de informação.

Começo dizendo que para se conectar aos seus guias, mentores e protetores não existe uma fórmula ou uma receita. Não existe um passo a passo, algo do tipo, faça isso e isso, logo você novamente estará conectado à espiritualidade.

Na verdade, esses espíritos, os que lhe acompanham, nunca lhe abandonam. Os seus guias e mentores estão sempre com você. O que ocorre ou pode ocorrer, normalmente, é que em dado momento da vida, devido ao livre arbítrio, você se distancia ou é levado por caminhos diferentes daquele que você deveria seguir. Ocasionando um distanciamento entre você e a espiritualidade.

Ocorre também o distanciamento quando você não está mais na presença da espiritualidade, por exemplo, quando você se decepciona com o dirigente, irmãos de fé, com o terreiro que você frequentava, quando acontece algo que não é do seu agrado, alguns se distanciam quando perdem entes queridos ou quando perdem algo de muito valor material.

Tudo na vida é cíclico e reversível. Com isso, é possível se reconectar à espiritualidade, basta você querer e fazer por onde.

Comece se respondendo a simples perguntas, por exemplo, a quanto tempo você não conversa com os seus guias, mentores e protetores? A quanto tempo você não busca uma forma de se conectar com a espiritualidade? A quanto tempo não firma uma vela para o seu anjo da guarda? A quanto tempo você não vai a uma gira ou algum terreiro? A quanto tempo você não escuta um ponto de Umbanda? A quanto tempo não lê um texto ou um livro sobre a espiritualidade? A quanto tempo não procura ajudar um irmão?

Pense bem, reflita, você chegará a conclusão de que a espiritualidade não se afastou de você, você é quem se afastou da espiritualidade.

As coisas não acontecem da noite para o dia. Os guias e mentores não se afastaram de você de uma hora para a outra, houve indícios de que isso aconteceria. A sua vaidade ou distração não te permitiram ver, portanto, não será de uma hora para a outra que você voltará a sentí-los.

Um bom começo para se reconectar, é querer. Mas não só se reconectar aos guias, protetores ou mentores, mas com a espiritualidade como um todo.

Vá a uma gira, nessa tenda ou terreiro você sentirá de novo o axé, o cheiro de defumador, escutará os pontos, vai ver entidades em terra, tomará o passe e receberá a bênção de um espírito incorporado. Quando você estiver no momento de culto peça mentalmente ou em oração para que haja novamente a sua ligação com os espíritos que o acompanham.

A espiritualidade verá esse gesto como um primeiro passo, como um gesto de boa vontade, de iniciativa, de resgate, de busca, de volta a espiritualidade.

Ainda neste dia, você não precisa se consultar e nem pedir a entidade incorporada para se reconectar, eles nada poderão fazer se você não quiser essa volta. Lembre-se, quem se afastou foi você.

É bom também firmar as velas de anjo de guarda (de preferência as de sete dias, mas se for "palito" tem problema). Renovando sempre. Novamente, basta pedir com fé que essa vela seja um elo entre você e a espiritualidade, pedindo proteção, que assim como chama da vela ilumina, ela possa ser também usada para iluminar a sua cabeça, os seus pensamentos e os seus caminhos.

É bom também está sempre lendo algo referente a espiritualidade, pode ser um livro, os romances umbandistas de Rubens Saraceni ou Robson Pinheiro, por exemplo são ótimos. Pois, mostram o que se aprende da vivência de terreiro ou da Teologia de Umbanda, sendo aplicado na prática, no nosso mundo e no mundo dos espíritos.

Sobre blog e textos na internet, como existe muita coisa na internet, peça ao seu povo para ser guiado ao melhor texto ou ao vídeo mais adequado ao que você quer entender ou deve saber naquele momento.

Se você não conhece nenhum canal do Youtube, eu indico o Umbanda EAD, Adérito Simões, Umaband'Boa, Colégio Pena (Alexandre Cumino). Cada um com a sua característica, onde um é mais teológico, outro mais descontraído, outro mais direto. Basta saber como você gosta de receber as informações.

Escutar pontos Umbanda é muito bom, pois o ponto cantado é ser considerado uma oração. Se você sabe os espíritos que o acompanham escute alguns pontos dessa qualidade de espírito, se você não sabe só ponha alguns em ordem aleatória, algum deles trará conforto ao seu coração e fará um elo com a espiritualidade.

O mais importante de tudo, tire um minuto do seu dia para conversar com a espiritualidade e se conectar com os espíritos que os acompanham. Pode ser até mesmo no banho, com a água caindo sobre sua cabeça e corpo, comece a conversar mentalmente, pedindo que aquela água das Yabás, das mães Oxum e Iemanjá, leve o que de ruim aconteceu no seu dia e pedindo novamente que aquele ato seja um ato de ligação com à espiritualidade.

Por fim, tenha um objeto de poder. Esse objeto você pode ter ganhado em alguma gira, você mesmo pode ter algum item ao qual você recorre nos momentos de dificuldades ou quando sentir que precisa se conectar ao divino. Sempre que se sentir perdido, distante ou quiser conversar com os espíritos de luz que te acompanham, use esse símbolo.

Eu uso um cordão. O pingente eu achei na água quando tinha 12 ou 13 anos. Uso também uma guia que ganhei para que fosse usada como forma de ligação entre a espiritualidade e eu. Sempre que necessito, eu uso esse objeto de poder. Vale ressaltar, que esse objeto só tem poder, pois eu atribuí esse poder a ele. Fiz isso com o uso da minha fé. Ele, por si só, é somente um objeto. O que o torna elemento de poder, é a minha fé. Se outra pessoa o usar, não terá o mesmo efeito.

Agora que eu passei o que eu recebi de informação, deixo só mais uma reflexão, é muito importante que você faça o que você tiver que fazer para se reconectar, seja dessa lista ou do que você está sentindo no seu coração. Porém, faça as coisas aos poucos, uma de cada vez. Não é necessário fazer todas essas coisas ao mesmo tempo. Porque você pode abrir tanto a sua espiritualidade ou se reconectar tão rápido que pode dar espaço aos espíritos zombeteiros.

Sendo assim, evite a ansiedade mediúnica. Uma coisa de cada vez e tudo no seu tempo.

Relendo esse texto, antes de sua publicação, me veio esse último pensamento, quem sabe esse seu distanciamento da religião ou da espiritualidade, não estava planejado ou não era necessário para você, de fato, entrar na religião?

Invés de ser um simples consulente ou um "macumbeiro freelance", como eu escuto muito por aí, para ser um umbandista de corpo e alma. Para quem sabe, quando alguém lhe perguntar qual a sua religião, invés de você falar "não tenho" ou "sou espírita", responder sem sombras de dúvida e com toda a certeza do seu coração, sou umbandista.

Lembrando a todos que eu escrevo com pensamentos e conhecimentos voltados para a Umbanda. Se existe algo diferente do que você conhece, compartilhe conosco. Conhecimento é sempre bem-vindo e permite a todos o crescimento mútuo. Não existe certo ou errado, apenas diversas formas de ver o mesmo fato.

Tem alguma dúvida ou sugestão, mande para o e-mail dadumbanda@gmail.com ou mande para o nosso Facebook (https://www.facebook.com/diaadiaumbanda)

Abraço e até a próxima.