O dia a dia de um umbandista - Bem-vindo a Tropa de Elite das Religiões
- Michel Antero
- 25 de fev. de 2019
- 4 min de leitura
Hoje eu falar sobre o dia a dia de um umbandista, não necessariamente de um médium de Umbanda, mas sim do dia a dia daqueles que são umbandistas, não os que se dizem umbandistas. Para que você que não é da religião entenda que para se dizer "umbandista" é um pouco mais complicado do que parece.

Comecei o texto com um título que nesse primeiro momento parece engraçado, mas não é, essa é a verdade que ninguém conta para os simpatizantes da religião ou simples consulentes.
O texto de hoje, é mais um desabafo do que propriamente um texto, mas é necessário explicar aos que estão chegando ou conhecendo a Umbanda agora que a nossa religião não é festa, porque comemoramos algumas datas, porque as giras acontecem música, porque existe bebidas e cigarro, charuto ou cachimbo (para tudo isso existe fundamento), não é porque não acreditamos em pecado ou inferno que é um oba oba, não é isso, pelo contrário, as vezes somos mais cobrados ou disciplinados que muitos imaginam.
Primeiro vou começar explicando que a religião de Umbanda, é bem complicado que as religiões cristãs ou que tem a bíblia como fundamento, porque é uma religião livre, ou seja, acreditamos que você é livre para fazer o que quiser. Pois, não acreditamos em dogma, não tem nada que você não possa fazer ou algo que você faça que vai te mandar direto para o inferno, até porque não acreditamos em inferno, como apresentado em outras religiões. Porém, como tudo na vida, não é só o bônus, existe o ônus da lei do retorno e de você ter a certeza de que se você fizer algo de forma consciente aquilo vai voltar para você. Algo como a lei de Newton, toda ação gera uma reação em igual ou mais proporção.
Entender e incorporar isso é o primeiro grande desafio, se não temos um livro que nos diz o que é certo e o que é errado, se o umbandista não tem algo que o leve para o inferno, então quem é da religião pode fazer tudo o quiser e está tudo bem no final?
Não! Lógico que não.
É nesse ponto que as coisas começam a se complicar, se você não é umbandista e não conhece, entenda, a gente acredita na lei do retorno. Por isso, quando um umbandista se desentende ou erra com alguém, nós nos desculpamos com a outra pessoa, com a gente (é importante se livrar de todo sentimento, inclusive da culpa) e pedimos, também, desculpas ao mundo espiritual pelo momento de ira e pelas palavras ditas. Sempre pensando que isso pode nos gerar um karma ou algo que pagaremos em nosso desencarne.
A lei do retorno é o primeiro ponto, também chamada de lei de causa e efeito, para exemplificar, seria a lei de Newton aplicada na religião de Umbanda, como eu disse acima, quando a gente fala que toda ação gera uma reação igual ou em maior proporção, isso acontece com quem é da religião. Por tanto, "abra os olhos", comece a prestar mais atenção nos seus atos, ao que sai da sua boca e ao que você pensa.
Vale uma pequena observação, se você é umbandista e até o momento não sabia da lei do retorno, as punições ou acerto de contas eram menores ou com uma proporção menos aguda. Porém, para aqueles que conhecem, porém mesmo assim você fez errado, você vai pagar, alguns dizem que até dez vezes mais do que se você não soubesse.
A umbanda não tem dogmas, porém temos três regras, três leis ou, se você preferir, três mandamentos, que são:
A prática da Caridade
O amor ao próximo e
O respeito ao livre arbítrio
Parecem que são simples, não é? Mas não são.
Quando falamos em prática da caridade, não estamos falando em doar roupa ou pagar um lanche para alguém que está com fome, isso é cidadania ou gratidão.
Sim, cidadania ou gratidão, porque é um ato de bem comum ou uma forma de devolver ao mundo, de mostrar ao mundo espiritual que você é capaz de ser grato pelo que você tem. Entenda melhor o que é caridade, gratidão e cidadania nesse texto.
Umbandista! Melhor, médium de Umbanda, pare de dizer ou de se sentir especial, só porque você incorpora ou porque lhe disseram que você tem uma missão dentro da religião! Todos os seres encarnados têm missões e todos somos médiuns. Então, isso não te torna mais especial que os demais. Não use isso para se dizer mais especial que o outro. Não é porque você incorpora algumas das entidades mais “pops” da religião que você é melhor que o outro que não trabalha com uma entidade mais conhecida.
Ainda para aqueles que não sabem, além de ter todo esse cuidado com o que pensamos, falamos e de como agimos diante das situações diárias, existem preceitos, que vão varias de acordo com cada terreiro ou vertente de Umbanda.
Os preceitos são os dias em que abrimos mão de ingerir alimentos pesados, como carnes e massas, são os dias em que tomamos banhos especiais, são os dias em que não existe prazer carnal (sexo e derivados do sexo), são dias em que não vamos a bares ou lugares que existam grande concentração de energias, tudo para estarmos mais aptos a comungarmos com a espiritualidade.
Existem os momentos que são destinados ao diálogo com a espiritualidade, são momentos do dia em que fechamos os nossos olhos e fazemos um silencio mental, buscando elevar os nossos pensamentos, através da meditação para que a gente possa ter um contato maior com a espiritualidade. Isso é feito para melhorar a nossa incorporação, alinhar melhor a vibração com a espiritualidade e aumentar a nossa forma de mediunidade.
Outro fator muito importante a se destacar é o estudo constante, é necessário um elevado nível de conhecimento, seja conhecimento da espiritualidade, da religião ou do autoconhecimento.
Parece muita coisa? Mas não é, esses são só alguns pontos do que é o dia a dia de Umbandista. Lembrando, que não existe umbandista não praticante, porque para você se dizer umbandista, esses elementos citados têm que estar incorporados ao seu ser, de modo em que você não é umbandista, mas sim Umbanda, pois a partir de um dado momento as duas coisas se fundem se tornando uma só coisa.
Tem alguma dúvida ou sugestão, mande para o e-mail dadumbanda@gmail.com ou mande para o nosso Facebook (https://www.facebook.com/diaadiaumbanda)
Abraço e até a próxima.
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